domingo, 3 de agosto de 2008

Economista Carlos Alberto Sardenberg fala sobre os desafios da economia brasileira no mundo globalizado



Olá ilustres e bem aventurados visitantes deste blog!! Sim, sim, eu sei, não precisa nem lembrar que estou há mais de um mês em dívida com vocês: ainda não consegui postar a 2ª parte da série "A Rapadura é doce mas não é mole não: A vida na cidade grande, parte I." , mas é por conta da mais pura falta de tempo. A coisas do meu dia a dia resolveram engatar uma quinta marcha que até pra respirar to tendo de marcar hora na minha agenda (hehehehe, dramatizei bastante, mas tá quase...). Além disso, quando resolvo postar algo, gosto de parar, pensar, e redigir algo que acho legal, pois acho que isso faz a diferença. É que nem a Ferrari: Cada produto é feito de modo artesanal, cuidadoso, detalhe por detalhe, passo a passo, tintim por tintim.... :-)

Mas, vejam só como são as coisas! Estava eu ontem à noite dirigindo, ouvindo a rádio CBN, a qual sou ouvinte habitual, e estava passando uma palestra do grande Economista Carlos Alberto Sardenberg (também âncora do programa CBN Brasil - Segunda a sexta 12h às 14h) sobre os desafios da economia brasileira no mundo globalizado. Apesar de ter começado a ouvir já na metade, achei o conteúdo extremamente interessante e abrangente!!! Ele explana sobre a conjuntura econômica Mundial e a condição da economia nacional neste contexto, abordando aspectos históricos e atuais.

Gostei tanto da palestra que resolvi postar o áudio da palestra na íntegra (por intermédio da rádio CBN) aqui para vocês, matando assim dois coelhos com uma "caixa d'água" só: Divulgo uma palestra IMPERDÍVEL e ESSENCIAL para quem quer ficar por dentro daquilo que nos cerca, e ao mesmo tempo abato um pouco da minha dívida com vocês .... :-)

Mas ouçam... VALE MUUUUUIIITTTTOOOO a pena!!

Meus sinceros e merecidíssimos parabéns à Carlos A.Sardenberg, a quem muito admiro.

Um grande abraço, e até o saldão da minha dívida! :-)

Leandro Totti Feijóo

"Potência não é nada sem controle" - Além do Slogan de um comercial da Pirelli,
uma verdade absoluta na arte de viver...

terça-feira, 17 de junho de 2008

A Rapadura é doce mas não é mole não: A vida na cidade grande, parte I.


Ah, São Paulo, São Paulo... minha terra da garoa! Não és Maria, mas é cheia de graça. Não és Minas Gerais, mas quem te conhece também não esquece jamais! Esta menina dos olhos da nação brasileira, a maior e mais rica cidade da América do Sul, possui algumas características muito expressivas: abrange uma área de 1.522,986 km², possui uma população de aproximadamente 11 milhões da habitantes, densidade populacional de 7.148,1 hab/km² , PIB bruto estimado em 270 bilhões de reais, com equivalente per capita em R$ 24.174,59, o que equivale a aproximadamente 12,26% do PIB brasileiro e 36% de toda produção de bens e serviços do Estado de São Paulo, além de ser a 18ª colocada no ranking de IDH do estado. Tais aspectos, porém, geram efeitos que vem enchendo de adrenalina, nervoso, ansiedade, cansaço e estresse o coração do paulistano, ao invés de orgulho e satisfação. De uma gama de assuntos, me aprofundarei em um, que é o mais lembrado das 6 às 9 da manhã e das 5:30 às 8 da noite: O CONGESTIONAMENTO !!!

O caos é geral! Não há uma só via com pelo menos 2 faixas de rolamento que não sofra os efeitos do trânsito. Se há uma certeza na vida de todo o ser humano, que é a morte, para o paulistano, há três: A morte, que ele vai sofrer no trânsito de manhã e mais um pouquinho no do fim da tarde... Mas não pára por aí não: o sofrimento pode ser ainda mais emocionante durante o verão, quando ocorrem aquelas “chuvinhas” que o Pedrão lá em cima, muito do brincalhão, tem de mandar bem no fim da tarde, pra dar uma força bem legal pro pessoal ficar bem Zen... Aí entra o Rei Roberto Carlos em cena, dizendo: “São tantas emoções... HE HE HE..” ... E a qualidade de vida na cidade grande só despencando ladeira a baixo...

Não só em São Paulo, mas outras cidades como o Rio de Janeiro e Belo Horizonte já estão tendo suas sentenças declaradas por especialistas, prevendo o travamento total do trânsito em um período de 5 anos. Daí, quando a gente espera um projeto brilhante, com toda a nossa criatividade tupiniquim, reconhecida no mundo todo, que possa nos livrar desta previsão macabra, o câmara dos vereadores me vem com papo que é mais ou menos assim: criar uma espécie de “rodízio perpétuo” na cidade, com carros com final par sendo tolhidos com 2 horas a mais de restrição, uma de manhã e outra a noite, nos dias pares de anos pares, o análogo ocorrendo para os carros com final ímpar. HEEEELLLLOOOOOOO!??!?!?! Vocês acham que vivemos na França, Itália, Alemanhã, onde podemos contar com um transporte público de qualidade e que nos leva a qualquer canto que pretendemos ir?? Vocês, políticos desta cidade, a grande massa ACÉFALA da nossa população, acham que o paulistano vai deixar o carro em casa e vai pro trabalho de que jeito? A pé?? Porque nos ônibus não vai dar pra entrar, quiçá no metrô! É brincadeira um negócio desses....

Falando em Metrô, vou pegar justamente seu exemplo, por ser o meio de transporte mais importante da capital, sem o qual a cidade travaria em todos os sentidos. É responsável por transportar cerca de 3 milhões de pessoas por dia, quase 30% de toda a população, cobrindo uma extensão de 60 km, aproximadamente, que, apesar de muito pouco, em face do tamanho da cidade, são fundamentais para que as pessoas cheguem aos seus destinos com relativa rapidez.
Abaixo, temos um esboço da área interna de um vagão do Metrô:


Na verdade, este esboço representa 1/4 de um vagão, correspondente ao seu início. Possui 8 bancos (em laranja) e duas portas (em cinza), metade destes valores para cada lado. Inconformado com o fluxo de pessoas na estação Barra Funda no horário de pico da tarde, principalmente entre as 18 e 19 horas, resolvi fazer um levantamento estatístico “por cima”, durante uns 2 meses, só para ter idéia da ordem de grandeza de alguns valores. Bem, após enfrentar uma fila grotesca para entrar no vagão, sempre procurava me dirigir à região correspondente ao intervalo entre os primeiros bancos para facilitar a contagem das pessoas, conforme a seguir:


Para esta região do vagão, eu conseguia contar cerca de 15 pessoas, em média, na região entre os bancos (além de mim, claro) e 30 na região entre as portas:


Considerando as pessoas sentadas (que conseguiram tal façanha após um combate que envolve perspicácia, astúcia, jogo de corpo, malandragem, salpicado por uma pitada de falta de respeito e, não raramente, sangue, e cujo resultado pode variar de acordo com o grau de sarcasmo do condutor do trem naquele dia em parar após ou antes da marcação das portas feitas no chão, deixando o combate ainda mais compacto e disputado), o total de pessoas nesta área do vagão seria, em média, determinado por: total de pessoas sentadas + total de pessoas na região entre bancos + total de pessoas na região entre portas = 8 + 15 + 30 = 53 pessoas.

Tendo em vista também que, neste horário, nesta estação, a preferência do embarque nas áreas dos vagões e entre os vagões em si é a mesma, visto que a situação é péssima pra todo mundo em todos vagões e em todas as áreas, assumirei que essa distribuição se repita no restante dos vagões do trem. Teremos, assim, o seguinte esboço da visão de um vagão completo:


Perceba que temos, em relação ao 1/4 de vagão anteriormente apresentado, para um vagão completo, os seguintes elementos:
· 8 regiões entre bancos (A)
· 4 regiões entre portas (B)
· 64 bancos (C)

Logo, o total de pessoas em um vagão seria dado por: A + B + C = 8*15 + 4*30 + 64 = 304 pessoas. Sendo um trem composto por 6 vagões, chegamos ao valor final de 6*304 = 1824 pessoas sendo transportadas ao mesmo tempo em um único trem entre as 18 e 19 horas, rumo à próxima estação, que é a Marechal Deodoro. Para quem sabe o que essa ordem de grandeza significa na prática do dia a dia, sabe muito bem a árdua tarefa que os passageiros da estação à frente terão de enfrentar para adentrar no trem...

Entretanto, este cenário pode ser alternado por um outro, onde as leis de Newton e da termodinâmica se fazem mais presentes em toda horda, que apresentarei em continuação à esta edição.. Aguardem!!! :-)

Leandro Totti Feijóo - 17/06/2008
Tudo vale a pena, se a alma não é pequena... Fernando
Pessoa

terça-feira, 6 de maio de 2008

O receio da Fome sobre as Asas do Progresso...




É, minha gente... A cada dia que passa o painel de alarmes do planeta Terra acende mais uma “luzinha”, nos informando que as coisas não vão bem. Eu habito esse planeta há quase 25 anos e acredito que tanto eu, como muitos bem antes de mim, já ouviam falar em uma afirmação do tipo “o Brasil é uma terra abençoada: Não tem furacão, nem terremoto e tudo o que planta, dá...”. Bem, o mito do furacão caiu por terra com o Catarina, em 2004, varrendo o Sul do Brasil com ventos de mais de 230km/h; o do terremoto ta quase virando realidade, como ficou evidente pelo tremores de 5,2 graus da semana retrasada; e o que se planta, pelo jeito, pode não estar dando mais pra todo mundo.

O alerta sobre uma possível escassez de alimento no mundo, acarretando aumento de preços e potencializando, por conseguinte, a fome, dado pela ONU semana passada, é apenas outro indício de que o mundo não está comportando mais tanta gente, pelo menos com os níveis de consumo e degradação atuais. Soma-se isto à escassez de água potável no mundo, ao aquecimento ambiental e ao esgotamento de diversos serviços naturais que a Mãe Natureza, em seu infinito esplendor, nos presta, para se ter uma dimensão do problema.

Nessa minha jornada até este momento, não imaginava chegar a conviver num contexto como esse. Claro, não sou nenhum ingênuo em pensar que a fome não possa chegar a patamares vergonhosos e humilhantes: Está aí a África, o maior exemplo mundial, para demonstrar. Aliás, pegar a África como exemplo é querer, como se diz no popular, "matar formiga com tiro de canhão". A verdade é que não é preciso nem atravessar o Atlântico para inferir o estrago causado. Basta olhar para a realidade deste seu país, tido por muitos como o “celeiro do mundo”, mas que não consegue por o pão à mesa de todos os seus próprios filhos...

Há um bom tempo atrás, existiu corajoso homem chamado Maltus que tentou explicar o fenômeno da fome no mundo com a teoria de que “a produção de alimentos cresce em progressão aritmética e a população em progressão geométrica”. Anos mais tarde, a economia tratou de rechaçá-lo, mas não o culpo. Afinal, ele não pode viver nos dias de hoje para reformular sua teoria, mas ainda assim nos ajudou a dissecar a verdadeira realidade: O problema no mundo não é a produção dos alimentos, mas sim a sua distribuição. Tal afirmação é tão verdadeira que hoje ninguém contesta a Obesidade como uma das principais “doenças do século”, cujos índices de incidência já deixaram para trás o tradicional e secular tabagismo. Gente engordando demais de um lado e de menos do outro é sinal de que é a distribuição de renda que dita pra onde a balança pende.


Só que a ONU, como um pai orgulhoso do filho que acaba de nascer, acabou se empolgando demais: Culpou os biocombustíveis pela falta de oferta de alimentos, por sua produção ocupar terras que poderiam ser agricultáveis para alimentação. Apesar da ONU não ter feito uma crítica direta ao Brasil, mas pelo fato deste despontar como uma grande ( se não, a maior ) potência do setor, poderíamos interpretar tal atitude como a tradicional “jogadinha de água no nosso feijão” ? Que culpa teria o Brasil, por exemplo, pelo aumento mundial do preço do arroz que ouvimos nos noticiários da semana passada? Alguém aqui viu desapropriarem terras destinadas ao cultivo do arroz no Brasil pra plantar cana? NÃO, mesmo porque as condições climáticas não possibilitam tal empreitada.


O Brasil possui a melhor tecnologia de produção de biocombustíveis do mundo, e com outro diferencial que ninguém tem: De forma sustentável. Se essa história era pra ter um culpado de “de peso”, ele tem três letras: EUA, que tem de agricultar uma área muito maior com a cultura do milho para fornecer o etanol que nós, com nossa cana Tupiniquim de altíssima produtividade, conseguimos por muito menos. Aliás, eis um possível ingrediente que fez com que a ONU exagerasse no tempero de sua afirmativa: Mais do que a enorme superioridade de países como o Brasil neste segmento, a incapacidade dos países do bloco europeu para oferecerem alguma concorrência de produto.


O caso do Brasil ainda é uma exceção: Apesar de plantarmos muita cana, conforme pude constatar no trecho da rodovia dos Bandeirantes entre Limeira e São José do Rio Pardo em uma viagem recente, ainda temos área disponível para o plantio de culturas para alimentação e também para criação de animais. Mas tudo tem um limite. Se a população continuar a crescer, e pior, optar pelo consumo desenfreado nos moldes do padrão americano, o “celeiro do mundo” poderá ser reduzido à “hortinha das elites“ , cujo valor será alvo de brigas e guerras jamais vistas.


DESENVOLVIMENTO SOCIAL, ECONOMICO E AMBIENTAL SUSTENTÁVEL: A BANDEIRA PARA UM NOVO SÉCULO !



No meio de toda dificuldade, sempre existe uma oportunidade... - Albert Einstein

domingo, 6 de abril de 2008

Nasceu!!! É Menino!! E é a cara do pai!!! :-)

Muitíssimo bem vindos, ilustres visitantes deste blog! Finalmente ele nasce, após uma preguiçosa e truncada gestação, maior que a de uma baleia Jubarte, mas menor que a de um elefante africano (Ufa,pelo menos isso...)... Foram mais de 1 ano e 2 meses desde o "Insight" até sua concretização. Ah, mas aqui está ele, meu “filho”! Só mesmo quem é pai para compreender a grandeza deste momento! :-)


Este blog (vulgo, meu filho) vem ao mundo com a missão de reunir diversos estudos, análises, reflexões e teorias pessoais sobre diversos assuntos que fazem parte de nossa realidade, abrangendo da Arte à Política, do Esporte à Economia, da Tecnologia à Natureza... Surge da necessidade que sinto em criar um núcleo de discussões e debates, não com o sentido negativo e pesado que possam indicar, como um engodo de troca de acusações e discursos que não levem a lugar algum, mas sim para que possamos, sob o mais flamejante espírito democrático e da valorização daquilo que a Natureza tem de mais valioso - a DIVERSIDADE de formas, pensamentos e opiniões - , elaborar propostas para fazer do lugar que vivemos um lugar muito melhor e estimular reflexões que nos façam pessoas melhores. Já dizia Renato Russo há muito tempo atrás "O Mundo anda tão complicado...", e , se não fomentarmos a análise e o debate sobre determinados fatos, podemos ser arrastados pela correnteza da alienação...


Conto muito com você para ajudar a criar e educar este filho que é meu, é seu e de quem mais o quiser, compartilhando o sentimento de todo o pai: Querer que seu filho cresça forte, saudável, e, principalmente, QUE FAÇA A DIFERENÇA NO MUNDO!


Mais uma vez, muitíssimo bem vindos!


Do Pai mais esperançoso deste mundo..
Leandro Totti Feijóo



"Não exija qualidades dos outros que você ainda não possua" - Chico Xavier